BOMBEIROS MILITARES: Um pouco da história
Os primeiros bombeiros militares surgiram na Marinha, devido os riscos
de incêndio nos antigos navios de madeira; porém, eles existiam apenas
como uma especialidade, e não como Corporação. A denominação de
bombeiros deveu-se a operarem principalmente bombas d’água, toscos
dispositivos em madeira, ferro e couro.
No Brasil, a primeira Corporação de Bombeiros foi criada pelo Imperador
D.Pedro II em 1856. No início ela não possuía caráter militar e foi
somente em 1880 que seus integrantes passaram a ser classificados dentro
de uma hierarquia militarizada. Devido as afinidades culturais e
linguísticas com a França, a Corporação passou a adotar como modelo os
Sapeurs-Pompiers de Paris; os quais eram classificados como Arma de
Engenharia Militar, e organizados para servirem como pontoneiros ou
sapadores quando necessário. Até o fim do Império essa foi a única
instituição de bombeiro militar existente.
Com a Proclamação da
República, os Estados que possuíam melhores condições financeiras
passaram a constituir seus próprios Corpos de Bombeiros. Ao contrário do
Corpo de Bombeiros da Capital Federal, que desde o início fora
concebido com completa autonomia, essas Corporações foram criadas dentro
da estrutura das Forças Estaduais, antiga denominação das atuais
polícias militares.
Em 1915 a legislação federal passou a
permitir que as forças militarizadas dos Estados pudessem ser
incorporadas ao Exército Brasileiro, em caso de mobilização nacional.
Em 1917 a Brigada Policial e o Corpo de Bombeiros da Capital Federal
tornaram-se oficialmente Reservas do Exército; condição essa a seguir
estendida aos Estados. Nesse período os Corpos de Bombeiros, como
integrantes das Forças Estaduais, participaram com brio dos principais
conflitos armados que atingiram o país.
Essa condição foi
alterada após as Revoluções de 1930 e de 1932; sendo imposto pelo
Governo Federal a desmilitarização dos CBs em 1934. Isso objetivava
diminuir o poderio das forças militares estaduais, as quais ameaçavam o
equilíbrio do poder bélico no país. Com o final da Segunda Guerra
Mundial e a conseqüente queda do Estado Novo, as Forças Estaduais
voltaram ao completo controle dos Estados; passando-se a permitir a
militarização dos CBs, desde que estes fossem reincorporados às PMs.
Em 1967 foi criada a Inspetoria Geral das Polícias Militares ( IGPM ),
subordinada ao então Ministério da Guerra; a qual passou a gerenciar
diversas mudanças nas estruturas das polícias militares (e por
conseguinte nos Corpos de Bombeiros), inserindo padronizações e
estabelecendo exclusividades.
Com o fim do Governo Militar e a
instituição de uma nova Constituição em 1988, os Estados passaram a
dispor de autonomia para administrar suas Forças de Segurança da maneira
que melhor lhes conviesse. A maioria optou por desvincular os Corpos de
Bombeiros das Polícias Militares.
O termo Militar foi inserido
na década de noventa para destacar a condição dos Corpos de Bombeiros
como Força Auxiliar e Reserva do Exército Brasileiro, bem como a de
Militares dos Estados, situação essa reafirmada na Constituição Federal
de 1988.
Os Corpos de Bombeiros Militares têm por Patrono o Imperador D. Pedro II.
A figura do Imperador representa uma grande nobreza de espírito e
coração; tendo recebido excelente educação e disciplina, ficou conhecido
como um Monarca humano, sábio, justo, honesto, pacifista e tolerante.
Era admirador sincero da modernidade, e foi o criador do primeiro Corpo
de Bombeiros do Brasil, em 2 de julho de 1856; data em que se passou a
comemorar o Dia Nacional do Bombeiro e a Semana de Prevenção Contra
Incêndios. A mais alta condecoração leva o seu nome, Medalha da Ordem do
Mérito Imperador Dom Pedro II.
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